domingo, 5 de agosto de 2012

Pacto De Conduta Cristã: A. A Vida Cristã

33. A igreja proclama alegremente as boas novas de que podemos ser libertos de todo o pecado para uma nova vida em Cristo. Pela graça de Deus, nós cristãos devemos “despojar-nos do velho homem” — os
velhos padrões de conduta, bem como a velha mente carnal — e “revestir-nos do novo” — um novo e santo modo de viver, bem como a mente de Cristo (Efésios 4:17-24).

33.1. A Igreja do Nazareno pretende transmitir à sociedade contemporânea princípios bíblicos atemporais, de tal modo que as doutrinas e pactos da igreja sejam conhecidas e compreendidas em muitas
terras e numa variedade de culturas.


Sustentamos que os Dez Mandamentos, como reafirmados no Novo Testamento, constituem a ética cristã básica e devem ser em tudo obedecidos.

33.2. Também reconhecemos que há valor no conceito da consciência cristã coletiva iluminada e dirigida pelo Espírito Santo. A Igreja do Nazareno, como expressão internacional do Corpo de Cristo, está consciente da sua responsabilidade de buscar meios de particularizar a vida cristã de modo a conduzir a uma ética de santidade. Os padrões éticos históricos da igreja são expressos, em parte, nos números seguintes.
Devem ser observados cuidadosa e conscientemente como diretrizes e ajuda no viver santo. Os que violam a consciência da igreja fazem-no para seu perigo e prejudicam o testemunho da igreja. Adaptações devidas
a diferenças culturais devem ser referidas à Junta de Superintendentes Gerais e por ela aprovadas.

33.3. A Igreja do Nazareno crê que este novo e santo modo de viver envolve prática que devem ser evitadas e atos redentores de amor a serem realizados em prol das almas mentes e corpos do nosso próximo. Uma arena redentora de amor envolve o relacionamento especial que Jesus teve, e ordenou que os seus discípulos tivessem, para com os pobres deste mundo; e que a Sua Igreja deve, primeiramente, manter-se simples e livre de uma ênfase em riqueza e extravagância e, em segundo lugar, dar-se a si mesma ao cuidado, alimentação, vestir, e abrigo dos pobres e marginalizados. Por toda a Bíblia e na vida e exemplo de Jesus, Deus identifica-se com e assiste aos pobres, oprimidos e aqueles na sociedade que não podem falar por si mesmos. Do mesmo modo, nós, também, somos chamados a identificar-nos e solidarizar-nos com os pobres. Sustentamos que o ministério de compaixão ao pobre inclui atos de caridade, bem como um esforço por prover oportunidades, igualdade, e justiça para os pobres. Ademais, cremos que a responsabilidade cristã a favor do pobre é um aspeto essencial da vida de todo o crente que busca

uma fé que opera pelo amor.

Cremos que a santidade cristã é inseparável do ministério ao pobre e que ela leva o crente para além da sua perfeição individual, no sentido da criação de uma sociedade e um mundo mais justos e equitativos. A
santidade, longe de distanciar os crentes das necessidades econômicas desesperadoras das pessoas neste mundo, motiva-nos a empregar os nossos recursos ao serviço de aliviar tais necessidades, e a ajustar os nossos desejos às necessidades de outros.

(Êxodo 23:11; Deuteronômio 15:7; Salmos 41:1; 82:3; Provérbios 19:17; 21:13; 22:9; Jeremias 22:16; Mateus 19:21; Lucas 12:33; Atos 20:35; 2 Coríntios 9:6; Gálatas 2:10)

33.4 Ao enumerar as práticas que devem ser evitadas, reconhecemos que nenhum catálogo, por mais completo que seja, pode pretender abarcar todas as formas do mal através do mundo. Portanto, é imperativo que a nossa gente procure encarecidamente a ajuda do Espírito para cultivar uma sensibilidade para com o mal que transcenda a mera letra da lei; recordando a admoestação: 
“Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda a forma de mal” (I Tessalonicenses 5:21-22).

33.5. Espera-se que os nossos líderes e pastores dêem grande ênfase nos nossos periódicos e dos nossos púlpitos a verdades bíblicas fundamentais que desenvolvam a faculdade de discernir entre o bem e o mal.

33.6. A educação é de maior importância para o bem-estar social e espiritual da sociedade. O mandato das escolas públicas é de educar a todos. Contudo, estas são limitadas no que respeita ao seu alcance e, na
verdade, mesmo proibidas por regulamentos judiciais de ensinar os elementos básicos do Cristianismo. Organizações e instituições educativas nazarenas, tais como Escolas Dominicais, escolas (creche até à secundária), centro de cuidado à criança, centros de cuidado a adultos, faculdades e seminários, têm por alvo ensinar os princípios bíblicos e os padrões éticos a crianças, jovens e adultos, de tal modo que as nossas doutrinas possam ser conhecidas. Esta prática pode ser exercida em vez de ou em adição às escolas públicas que, frequentemente, ensinam o humanismo secular e negligenciam os princípios respeitantes a um viver santo. A educação proporcionada pelas escolas seculares deve ser complementada no lar pelo ensino da santidade. Os cristãos devem também ser estimulados a trabalhar em instituições públicas e com elas, de modo a testificar e a influenciar as ditas instituições para o reino de Deus (Mateus 5:13-14).

34. Sustentamos especificamente que as seguintes práticas devem ser evitadas:

34.1. Diversões que subvertam a ética cristã. O nosso povo, tanto individualmente como em unidades de famílias cristãs, deve reger-se por três princípios. Primeiro, a mordomia cristã do tempo livre. O segundo princípio é o reconhecimento do dever cristão de aplicar à família cristã os mais elevados padrões morais de vida cristã. Porque vivemos em dias de grande confusão moral, em que enfrentamos a possível intromissão

dos males atuais nos recintos sagrados dos nossos lares através de diferentes meios, como a literatura popular, rádio, televisão, computadores de uso pessoal e a Internet, é essencial que observemos as mais
rígidas salvaguardas para evitar que nossos lares se tornem secularizados e mundanos.

Contudo, sustentamos que o entretenimento que apoia e estimula o viver santo e afirma valores bíblicos deve ser endossado e encorajado. Estimulamos, especialmente, os nossos jovens a que usem seus dons no
campo da mídia e das artes para influenciar positivamente esta parte infiltradora da cultura.

O terceiro princípio é o dever de testificar contra tudo quanto trivialize ou blasfeme contra Deus, bem assim males sociais como violência, sensualidade, pornografia, profanidade e o ocultismo, conforme apresentados por e através de indústrias comerciais de diversão em suas inúmeras formas, e empenhar-se na extinção de empresas conhecidas como patrocinadoras deste tipo de diversões. Isto incluirá evitar todos os tipos de diversão e produções de mídia que produzem, promovem ou focam o violento, o sensual, o pornográfico, o profano ou o ocultismo; ou que espelham ou embelezam a filosofia mundana de secularismo, sensualismo e materialismo, e assim corroem os padrões divinos de santidade de coração e vida. Isto torna necessário o ensino e a pregação destes padrões morais da vida cristã, e que o nosso povo seja instruído no uso de discernimento, em oração, na escolha contínua do “alto caminho” do viver santo. Por isso, exortamos nossos líderes e pastores a que deem ênfase vigorosa, nos nossos periódicos e dos nossos púlpitos, a verdades fundamentais que venham a desenvolver o princípio da discriminação entre o bem e o mal que se encontram nesses meios de comunicação.

Sugerimos que o padrão dado a João Wesley por sua mãe forme as bases deste ensino de discriminação. Nomeadamente: “Tudo que enfraqueça a tua razão, diminua a sensibilidade da tua consciência, obscureça
a tua percepção de Deus ou atenue o teu gosto pelas coisas espirituais, tudo que aumente a autoridade do teu corpo sobre a mente, essa coisa para ti será pecado”. (33.2-33.4, 903.12-903.14)

(Romanos 14:7-13; I Coríntios 10:31-33; Efésios 5:1-18; Filipenses 4:8-9; I Pedro 1:13-17; II Pedro 1:3-11)

34.2. Loterias e outras formas de jogos de azar, quer sejam legais ou ilegais. A igreja sustenta que o resultado final destas práticas é nocivo tanto ao indivíduo como à sociedade.

(Mateus 6:24-34; II Tessalonicenses 3:6-13; I Timóteo 6:6-11; Hebreus 13:5-6; I João 2:15-17)



34.3. Membresia em ordens ou sociedades secretas sujeitas a juramento, incluindo mas não limitado a tais como a Maçonaria. A natureza quase religiosa de tais organizações dilui a lealdade do cristão, e o caráter

secreto delas opõe-se ao seu testemunho público. Este assunto será considerado em conjunto com o parágrafo 112.1 no que diz respeito à membresia de igreja.

(I Coríntios 1:26-31; II Coríntios 6:14—7:1; Efésios 5:11-16; Tiago 4:4; I João 2:15-17).

34.4. Todas as formas de dança que distraem do crescimento espiritual e tendem a quebrar a devida reserva moral e inibição (Mateus 22:36-39; Romanos 12:1-2; I Coríntios 10:31-33; Filipenses 1:9-11; Colossenses 3:1-17).

34.5. O uso, como bebida, de líquidos embriagantes, ou o seu comércio; exercer influência ou votar a favor da existência de lugares para a venda de tais bebidas; o uso de drogas ilícitas ou o seu comércio; o uso do tabaco, em qualquer das suas formas, ou o seu comércio.

À luz das Escrituras Sagradas e da experiência humana quanto às consequências nocivas do uso do álcool como bebida, e à luz de apuramentos da ciência médica quanto ao efeito detrimental tanto do álcool como do tabaco ao corpo e à mente, como uma comunidade de fé empenhada no alcance duma vida santa, a nossa posição e prática é a abstinência, em vez de moderação. As Escrituras Sagradas ensinam que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo. Com amorosa atenção a nós e a outros, pedimos ao povo abstinência total de todos os intoxicantes.

Além disso, a nossa responsabilidade social cristã leva-nos a usar quaisquer meios legítimos e legais para minimizar a disponibilidade a outros quer de bebidas alcoólicas quer do tabaco. A vasta incidência do abuso do álcool no nosso mundo exige que assumamos uma posição que se afirme como testemunho a outros. (903.12-903.14)

(Provérbios 20:1; 23:29—24:2; Oséias 4:10-11; Habacuque 2:5; Romanos 13:8; 14:15-21; 15:1-2; I Coríntios 3:16-17; 6:9-12, 19-20; 10:31-33; Gálatas 5:13-14, 21; Efésios 5:18)(Somente vinho não fermentado deve ser usado no sacramento da Ceia do Senhor.) (413.11, 427.7, 428.2, 429.1, 802)

34.6. O uso, sem prescrição médica, de alucinógenos, estimulantes  e sedativos, e o mau uso ou abuso de medicamentos obtidos regularmente com prescrição. Somente por conselho médico competente e sob vigilância clínica devem tais drogas ser usadas.

(Mateus 22:37-39; 27:34; Romanos 12:1-2; I Coríntios 6:19-20; 9:24-27)


Fonte: Manual da Igreja do Nazareno 2009 – 2013 sobre: O Pacto de Conduta Cristã: A Vida Cristã (parágrafos 33 e 34)